Das periferias de São Paulo para se tornar o CEO da Klever - A História da Klever por Dio Ianakiara
Nasci em uma família muito pobre, morei nas favelas de São Paulo e não havia nenhuma perspectiva em minha vida, apenas a certeza que meu destino não estava naquele lugar. Essa é a história da Klever.
Muitas pessoas me perguntam como a Klever foi capaz de ter sucesso tão rápido. A verdade é que levou mais de 15 anos para isso acontecer.
Não há atalho para o sucesso. O sucesso só vem antes do trabalho no dicionário, não na vida. O sucesso só vem para aqueles que trabalham duro e se aperfeiçoam para se tornarem os melhores no que fazem.
Nasci em uma família muito pobre, morei nas periferias (favelas) de São Paulo, e não havia nenhuma perspectiva em minha vida. Mas eu tinha certeza que o meu destino não estava naquele lugar, onde eu vivi e cresci.
Eu sempre tive um desejo implacável em aprender, mas essa era uma tarefa difícil, pois quando criança eu trabalhava em uma fazenda durante o dia e ia para a escola pública à noite.
Devo acrescentar que a educação pública no Brasil é conhecida por ser uma das piores do mundo.
Depois de anos trabalhando, ganhando menos de R$ 10 por dia, consegui meu primeiro computador quando tinha 18 anos. Depois disso, tudo mudou.
Aprendi a desenvolver e adquiri conhecimento usando a internet. Comecei a me educar usando um computador velho, mas que para mim, significava tudo, pois era a minha chance de conquistar um futuro melhor.
“Nunca aceitei o destino que me foi dado.”
Então, decidi seguir em frente e aprender a programar em 2006. Foi então, que conheci o Bruno Campos, hoje CTO do Klever.
Bruno foi meu primeiro professor de engenharia de software e desde então ele se tornou um dos meus melhores amigos. Bruno não era apenas um professor, mas naquela época já era um dos mais completos arquitetos de software do Brasil, com profundo conhecimento em desenvolvimento, arquitetura e segurança. Por isso, ele foi a minha primeira escolha, afinal, ele era a pessoa ideal para assumir o cargo de CTO, além de ser co-fundador da Klever.
Eu sempre acreditei que não importa de onde você veio, ou em qual situação você está. Se você está disposto a trabalhar duro, estudar, inovar e, inclusive, cometer erros para melhorar a si mesmo, todos os seus sonhos e objetivos acabarão se tornando realidade.
Antes de me tornar CEO da Klever e ganhar o meu primeiro milhão, fui de:
1. Trabalhador de fazenda dos 12 aos 15 anos, ganhando menos de R$ 10 por dia;
2. Vendedor de comida de porta em porta;
3. Vendedor de legumes de porta em porta;
4. Vendedor de produtos de limpeza (produção própria) de porta em porta;
5. Empacotador de supermercado aos 17 anos;
6. Ajudante de padeiro aos 18 anos;
7. Datilógrafo aos 19;
8. Técnico em informática quando fiz 20 anos;
9. Estagiário na IBM aos 22;
10. Arquiteto de Software aos 28;
11. CTO aos 29 anos;
12. CEO quando fiz 30 anos.
Como cheguei aqui?
Depois de inicialmente aprender a programar, decidi competir comigo mesmo para me tornar um profissional de nível global em arquitetura e engenharia de Software. Meu objetivo era ser capaz de criar qualquer tipo de software que eu pudesse imaginar.
Fui rejeitado diversas vezes - incluindo por grandes empresas como Facebook, Google e Red Hat - antes de decidir criar minha própria empresa em 2010.
Eu programava dia e noite até que meus dedos não fossem mais capazes de digitar, trabalhando duro e estudando mais de 80 horas por semana, eu estava firme na minha crença de que aquilo seria a base para conquistar uma vida melhor para minha família, meu irmão David e eu.
“Enquanto meus amigos estavam curtindo a vida, eu estava estudando e criando o futuro que eu queria para minha família. Não foi fácil.”
Eu aprendi que se você quer muito alguma coisa, você precisa ir até lá e pegar, e para isso, você precisa trabalhar duro e nunca desistir de seus sonhos. Portanto, trabalhe duro em sua educação, estude. Trabalhe duro em sua autoconsciência. Trabalhe duro em sua introspecção. Trabalhe duro para ser um profissional melhor. Trabalhe duro para ser um pai melhor. Trabalhe duro para ser um humano melhor. Trabalhe duro para ser uma pessoa melhor para os outros.
"Tome posse da sua vida e faça acontecer."
Foi essa atitude que levou tanto eu, quanto meu irmão David a caminhar para frente. Ele esteve comigo a cada passo do caminho e agora é diretor de Negociação Quantitativa na Klever.
O fato de eu ter nascido na pobreza poderia ter me levado a trilhar os piores caminhos, mas foi justamente esse fato que me deu a determinação necessária para ajudar pessoas a recuperarem suas independências financeiras, e com isso, moldar a visão da Klever. Hoje, a Klever capacita milhões de pessoas para que outras não nasçam endividadas, mas sim, no controle de seu próprio futuro financeiro.
Embora meus dois primeiros empreendimentos tenham falhado, três anos depois reuni oito amigos no meu pequeno apartamento e os convenci a investir em uma startup em desenvolvimento chamada Getty/IO.
Depois de muitos conflitos por conta da falta de orçamento, alguns de nossos amigos deixaram a empresa antes mesmo de seu lançamento. Com isso, a recém fundada Getty/IO estava tentando sobreviver, vendendo software e consultoria na nuvem.
Durante muitos meses tivemos que contar os dias, até sermos forçados a fechar a empresa. O orçamento estava tão apertado, que estava se tornando impossível continuar pagando os salários da equipe do nosso próprio bolso. Naquela época, nenhum investidor estava interessado em nós.
Não tínhamos dinheiro para um escritório, não tínhamos dinheiro para contratar. Mas decidimos trazer dois estagiários e nos tornarmos uma empresa totalmente remota em 2013. Marlon Gomes e Vitor Pereira não tinham experiências anteriores, mas compartilhavam da mesma vontade de querer aprender. Ambos tinham dedicação e paciência para me ouvir, assim como, para ouvir o Bruno e o David que com suas experiências somadas, conseguiram obter o melhor de cada um. Hoje Marlon é nosso Chefe de Arquitetura de Software e Vitor nosso Chefe de Desenvolvimento Frontend, ambos com 24 anos de idade, também são co-fundadores da Klever.
Logo após, conheci Fabio Freire, João Pedro Cruz Lima e Marcio Lima, que se tornaram parceiros da Klever mas, mais do que isso, hoje são meus parceiros da vida. Nessa época, Fabio, João e Marcio eram os únicos que acreditavam na nossa equipe, e sem eles, não estaríamos aqui.
João, também conhecido como JP, trouxe muitos novos clientes, estratégias e perspectivas para a nossa empresa e em 2016, pela primeira vez, saímos do vermelho, ou seja, tivemos mais dinheiro do que dívidas em nossa conta bancária. Hoje, JP é o diretor de Estratégia e Desenvolvimento de Negócios da Klever, enquanto Marcio é nosso CFO e Fabio é nosso CMO.
Mesmo com orçamento e muitos clientes ao redor do mundo, a Getty/IO era o tipo de negócio que só crescia com mais pessoas, e sabíamos disso antes mesmo de fundá-la. Entre 2016 e 2018, a Getty/IO entregou mais de 100 projetos antes de tonrar o aplicativo Klever uma realidade.
Por muitos anos estudei economia e não conseguia entender o sistema financeiro global. Percebi que era um sistema falido onde você já nasce com dívidas, um sistema onde seu dinheiro se torna cada vez mais inútil, e você não entende por que e como reagir.
Quando conheci o Bitcoin em 2012, não me atrevi a investir. Perdi inúmeras oportunidades e fiquei repetidamente frustrado com isso.
Quatro anos depois, em meados de 2017, lá estava eu enfrentando o Bitcoin novamente. Mas dessa vez eu tinha certeza que seria diferente.
Vendi meu carro, economizei algum dinheiro e investi. Nesse mesmo dia eu não só perdi meu carro, mas também 50% do meu patrimônio ao negociar criptomoedas. Isso me fez refletir sobre tudo por um longo tempo. Eu não sabia o que fazer porque eram minhas únicas economias.
"Eu vi 90% do meu capital evaporar 😅"
Perder esse dinheiro me fez passar várias noites pensando nos meus problemas e nos problemas enfrentados pelo mercado de criptomoedas. Enquanto isso, eu percebia que muitas exchanges de critpomoedas continuavam a sofrer de graves falhas de segurança, com grandes perdas de capital para seus clientes devido aos hackers.
Eu sabia que o futuro do sistema financeiro teria que ser mais aberto e acessível a todos, uma vez que o dito “auto-banking” aberto e descentralizado já estava sendo amplamente discutido. O rápido crescimento do uso de tecnologias p2p só estava acelerando, e isso me fez refletir sobre uma possível solução.
"Foi quando a Klever nasceu."
O problema inicial foi que a tecnologia para criar uma criptocarteira mais segura ainda não existia, então tivemos que criar tudo do zero e foi aí que a diversão começou!
Foi quando conheci Fernando Sobreira e Misha Lederman em São Francisco, Califórnia. Por razão do destino, nós fomos ao mesmo evento e lá desenvolvemos uma grande sinergia e amizade. Misha Lederman é um gênio da comunicação, e está pronto para ser nossa voz e lutar pela nossa equipe e pela nossa comunidade. Fernando Sobreira é uma espécie de guru blockchain que constrói projetos complexos e de alto nível, ele tem potencial ilimitado para criar tecnologia avançada em um curto espaço de tempo.
Hoje, Sobreira é nosso Diretor de Pesquisa e Desenvolvimento de Blockchain, e Misha é nosso Diretor de Comunicações.
Juntamente com nossa equipe de ninjas, encontramos mais de 60 das pessoas mais talentosas do mundo para trabalhar na visão, missão e cultura da Klever.
O que começou como um mar de problemas sem fim tornou-se um dos maiores e mais emocionantes desafios da minha vida:
"Para criar a melhor e mais segura criptocarteira do planeta, que atenderia às nossas necessidades e que eu pudesse confiar pessoalmente."
A Klever cresceu rapidamente e em apenas 3 anos desde o lançamento, mais de 2 milhões de usuários em todo o mundo baixaram nosso aplicativo, com mais de 100.000 usuários ativos diariamente (DAU) e meio milhão de usuários ativos mensais (MAU).
Nossos maiores mercados, além de uma forte presença nos EUA e na Europa, incluem países como Índia, Nigéria, Filipinas, Indonésia e outras nações onde os “desbancarizados” estão se tornando seus próprios bancos, com a chegada da Klever e sua visão de “auto-banking”. Pela primeira vez em suas vidas, eles realmente possuem seu dinheiro e podem decidir independentemente o que fazer com as suas finanças.
Embora o Klever Coin, KLV, tenha sido lançado há apenas 6 meses, o KLV cresceu exponencialmente com mais de 90.000 detentores da moeda, além disso, o KLV processou mais de 13,3 milhões de transações em cadeia. O preço do KLV tem naturalmente acompanhado o enorme aumento no uso diário do aplicativo, assim como o Klever Swap, e a capitalização de mercado do KLV, que agora ultrapassa os US$ 50 milhões de dólares. Mas o verdadeiro valor vem do fato de que nossos usuários são capazes de recuperar sua confiança econômica e independência financeira.
O time da Klever cresceu a partir de um pequeno grupo de pessoas que trabalham juntas desde 2013, onde mudamos de um modelo de consultoria para um modelo de produto, e agora somos uma das empresa de criptomoedas que mais crescem em todo o mundo com mais de 60 profissionais em suas respectivas áreas.
A Klever foi fundada por uma equipe de nerds que busca criar produtos que possam impactar positivamente o mundo financeiro e trazer o “auto-banking” para 7,8 bilhões de pessoas.
Agora, a missão da minha vida é garantir que a Klever forneça as ferramentas que me faltava durante a minha educação, me certificando de que elas estão disponíveis para qualquer um que busque remover as amarras dos encargos financeiros e fazer parte da revolução criptográfica, para que assim, possam realmente ter a propriedade de seu dinheiro e decidir seu próprio destino.
O objetivo final da Klever é oferecer o “auto-banking” para 7,8 bilhões de pessoas.
Sinceramente,
Dio Ianakiara
CEO e Co-Fundador da Klever.io