Moeda Digital de Banco Central (CBDC) não é criptomoeda
É improvável que as CBDCs substituam as criptomoedas. Em vez disso, sua usabilidade aumentará a adoção e aceitação de criptomoedas em todo o mundo. Confira a análise neste artigo.
Ao observar o impacto e o enorme potencial das criptomoedas em todo o mundo, os países soberanos estão trabalhando incansavelmente para lançar suas próprias moedas digitais.
A ideia de moedas digitais está claramente surgindo nas mentes de governos e bancos em todo o mundo após o sucesso de criptomoedas como Bitcoin, Ethereum, Ripple, Klever e muitas outras, que se tornaram cada vez mais populares e usadas diariamente com o crescente volume de transações e negociações em todo o mundo.
Além disso, o mercado de criptomoedas atual está avaliado em mais de US$1,3 trilhão. Há apenas alguns meses, chegou a atingir US$2,2 trilhões em capitalização de mercado total, mostrando o potencial de crescimento inimaginável em comparação aos ativos globais.
Em uma tentativa óbvia de emular criptomoedas e digitalizar suas próprias moedas, os bancos centrais globais financiados e operados por governos têm trabalhado em suas próprias moedas digitais, que são popularmente conhecidas como Moeda Digital de Banco Central (CBDC).
No entanto, as CBDCs são muito diferentes das criptomoedas, pois são total e fundamentalmente centralizadas, controladas e operadas pelo governo e bancos centrais, atendendo aos seus próprios interesses nacionais.
Mas, as criptomoedas são, em sua essência, descentralizadas, operando em plataformas suportadas por computação distribuída. O Bitcoin, por exemplo, não só carece de um fundador (Satoshi Nakamoto é um pseudônimo), como tem um suprimento finito de 21 milhões de BTC.
Isso faz com que os detentores de BTC tenham certeza de que sua moeda não pode ser degradada por uma autoridade central, o que é também adotado por muitas outras criptomoedas que têm um estoque total que não pode ser excedido.
Em contraste, os bancos centrais são conhecidos por imprimir dinheiro por capricho. Um exemplo claro é no governo dos Estados Unidos, onde o Fed está imprimindo cada vez mais papel moeda, aumentando a oferta de dólares em mais de 40% desde o início da pandemia do corona.
A inflação crescente que está sendo testemunhada em tempo real nas moedas fiduciárias do mundo todo, também afetará suas representações digitais, em seus CBDCs, já que seus governos controlam a impressão de moedas.
Jerome Powell, presidente do Federal Reserve dos EUA, disse que uma moeda digital do banco central reduziria a necessidade de criptomoedas.
Durante uma audiência perante o Comitê de Serviços Financeiros da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, ele afirmou: "que, em particular, você não precisaria de stablecoins, de criptomoedas, se tiver uma moeda digital - acho que esse é um dos argumentos mais fortes em nosso favor."
No entanto, é improvável que as CBDCs tornem as criptomoedas obsoletas. Em vez disso, sua usabilidade provavelmente aumentará a adoção e aceitação de criptomoedas em todo o mundo.
Quanto mais o governo tem controle sobre suas próprias CBDCs e seu fornecimento, o interesse em moedas descentralizadas tem o potencial de atingir novos patamares.
O Gerente Geral do Banco de Compensações Internacionais (BIS), Agustín Carstens, indicou que os bancos centrais terão controle absoluto sobre as regras e regulamentos das CBDCs e que possuem a tecnologia para fazer cumprir tais medidas.
A China já lançou o piloto para sua própria CDBC, o Yuan Digital e países como Índia, Suécia, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Maurício, Cingapura, Tailândia, Canadá, Senegal, Rússia, África do Sul, Bahamas, União da Moeda do Caribe Oriental, e as Ilhas Marshall estão trabalhando para lançar as suas próprias nos próximos meses e anos.
Os especialistas acreditam que a CBDC só ajudará o sistema existente, uma vez que a moeda digital já está sendo adotada na forma de cartões de crédito e débito e outros meios de pagamento móvel.
A principal diferença da CBDC é que será completamente centralizada pelos bancos centrais, ou governo, enquanto as criptomoedas são inerentemente destinadas a serem descentralizadas. Por isso mesmo, para conseguir mais descentralização em torno dos sistemas monetários, surgiu a criptografia.
Tomemos como exemplo a Ripple (XRP), que já está sendo usada em vários graus por bancos em todo o mundo para transações internacionais.
A Ripple está criando um conjunto de ecossistemas para fundir o mundo das criptomoedas com a comunidade fiduciária. A empresa usa o XRP para fornecer liquidez aos seus parceiros. No entanto, ela também está enfrentando uma ação judicial de grande repercussão pela Comissão de Segurança e Câmbio dos Estados Unidos (SEC) por vender seus tokens como títulos não registrados.
O desafio legal certamente determinará o destino da Ripple, mas também moldará o futuro cenário regulatório de todas as criptomoedas globalmente.
Porém, nos próximos meses, quando as CBDCs forem testadas e mais tarde lançadas oficialmente, será difícil e caro converter o legado do mundo financeiro de cada país que se propõe a digitalizar sua moeda fiduciária.
Para gerenciar as CBDCs, os governos terão que educar uma nova força de trabalho, vender a ideia para sua população e alterar fundamentalmente sua economia de muitas maneiras, especialmente no setor bancário.
Também é importante notar que os projetos da CBDC não serão independentes. Como podemos notar, o mundo da criptografia é cheio de desenvolvimentos e inovações, o que, no longo prazo, pode ser prejudicial para as CBDCs pela burocracia. Uma praga freqüentemente vista em agências governamentais e entre os burocratas de hoje.
Mas não se preocupe, as criptomoedas vieram para ficar e a Klever está aqui para atendê-los, nossos usuários, bem como para crescer com todos os nossos projetos que fazem parte do Ecossistema Klever, visando explorar o poder da nossa comunidade global por meio da inovação.